terça-feira, 16 de outubro de 2012

DA SÉRIE "POR ONDE ANDA" DO JORNAL PIONEIRO: LUIZ ALBERTO CIDADE, O "LAMBARI"

Peixe na água, craque fora dela

Luiz Alberto Cidade, o Lambari, se destacou no futebol, futsal e futebol sete

Peixe na água, craque fora dela Jonas Ramos, especial/
Lambari possui inúmeras fotos que lembram os times em que jogouFoto: Jonas Ramos, especial
O apelido de Lambari veio pela forma como ele nadava, há cerca de 50 anos, no Tega, na região onde se localiza a Perimetral Norte. Naquele tempo, por volta de 1960, Caxias do Sul não avançava muito além, e a água não era poluída. Então, pela rapidez no deslocamento, a associação foi imediata. 

Mas foi no futebol que Luiz Alberto Cidade se destacou e conquistou muitos títulos e amigos. Isso no amadorismo, que há algumas décadas era bem diferente do atual. 

— Eu gostava de jogar. Hoje, todo mundo ganha, e por isso acabaram os times. O Estadual de Amadores, que chegou a ter 100 clubes, tem o que agora? Chega a 15? — questiona. 

Entre as primeiras peladas, Lambari chegou a atuar no time juvenil do Flamengo, antecessor do Caxias. Treinou um tempo com os profissionais e ganhava um salário mínimo mensal. Até poderia ter seguido a carreira, mas preferiu ficar no amador mesmo, embora todos os que viam jogar acreditassem que tinha futebol de sobra para voos maiores.
 

O futebol era um lazer, que dividia com o trabalho. Com a Madal, obteve três títulos no Sesi, e com a Triches foi cinco vezes vice. Ao mesmo tempo, atuou em vários clubes na época de ouro do amadorismo. 

A categoria em campo se revelou no lado de fora na década de 1970, quando acertou os 13 jogos da Loteria Esportiva. Usou o dinheiro para ajudar a mãe e alguns parentes, além de custear o curso de Educação Física na UCS. Fugiu da ilusão do carro, pois nunca se preocupou em aprender a dirigir, e seguiu morando no mesmo lugar, no bairro Jardim América, perto da antena da RBS TV. 

No futebol, Lambari era um atacante muito rápido. Aos poucos, se voltou para o futsal, esporte que não gostava muito no início. Neste, também fez sucesso, como um vigoroso fixo, que chegava com força ao ataque. Com a Comapa, chegou ao vice estadual, a principal conquista de Caxias do Sul antes da Enxuta. 

Nesta, trabalhou com categorias de base e preparação de goleiros. Após o fechamento, foi para a ACBF, onde ficou 12 anos nas mesmas funções e participou de inúmeras conquistas. Tem ainda uma boa história no futebol sete, com vários títulos. 

Aos 61 anos, Lambari é, hoje, acima de tudo, uma pessoa de bem com a vida. Ainda bate uma bolinha com os amigos, pois mantém o mesmo físico de quando jogava para valer. O segredo? 

— Nunca bebi em excesso, não fumei — afirma, lembrando que muitos jogadores do seu tempo já se foram, vítimas da falta de cuidados.
(FONTE: JORNAL PIONEIRO)

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