Representantes das seleções masculina e feminina de handebol participaram nesta quarta-feira, em Brasília, do anúncio dos novos patrocínios do Banco do Brasil e dos Correios à Confederação Brasileira de Handebol (CBHb). Eles comemoraram bastante o investimento recorde de recursos na modalidade , que serão aplicados principalmente nas seleções principais e de base. No entanto, com a maioria dos jogadores de alto rendimento atuando fora do Brasil, os atletas também cobraram o fortalecimento dos clubes no país.
- Estou muito feliz por fazer parte deste projeto. Comecei na seleção brasileira em 2000 e passei por períodos complicados. Vejo agora que estamos crescendo e podemos buscar o pódio olímpico. Estamos recebendo o apoio na seleção, o que é ótimo, mas ainda falta estrutura na base. Nosso Brasil é muito grande e temos muitos atletas com bom nível. É preciso apoio financeiro para as equipes de todo o país. Hoje, se tivermos sete times é muito. Então, tem muitos atletas que começam a crescer na modalidade, mas precisam decidir se vão estudar ou seguir no esporte, porque é muito difícil - afirmou a pivô Dani Piedade, que joga pelo Krim Ljubljana, da Eslovênia, e foi uma das primeiras atletas brasileiras a seguir para o handebol europeu.
Outro que também comemorou os novos investimentos feitos na CBHb foi o armador Thiagus Petrus. Porém, o atleta, que atua pelo Naturhouse La Rioja, da Espanha, também falou sobre a necessidade de um campeonato mais forte no Brasil para crescimento da modalidade no país.
- Estou muito feliz de ver um esporte em que muitos trabalham e batalham há muito tempo começando a colher os primeiros grandes frutos. O patrocínio e a construção do novo centro de treinamentos vai ajudar na preparação da seleção e permitir que possamos ter mais jogos em um nível melhor. Mas acho que o principal diferencial que temos para os europeus é que lá a maioria dos países tem ligas fortes, jogam entre eles, estão todos perto. Aqui, nós temos uma liga bastante defasada, que precisa de ajuda e investimento. Talvez, com esses novos patrocínios, seja possível também levantar o nosso campeonato nacional.

O presidente da CBHb, Manoel Luiz Oliveira, admitiu que é preciso uma estruturação melhor dos campeonatos nacionais de handebol e afirmou que a confederação está procurando uma maneira de aumentar o apoio aos clubes.
- Temos uma liga nacional de handebol, porém não com a qualidade de desenvolvimento que necessitamos. Em conversas com o Ministério do Esporte vamos apresentar um projeto para uma liga mais profissional, apoiando os clubes, com 12 times no masculino e 12 no feminino. Queremos isso já para a próxima temporada - disse o presidente.

Segundo o secretário de alto rendimento do Ministério do Esporte, Ricardo Leyser, a pasta está disposta a ajudar no fortalecimento dos campeonatos, assim como tem feito em outras modalidades como vôlei e basquete.
- Tem uma discussão com a confederação para ter um apoio à liga. Hoje, tanto no basquete quanto no vôlei nós estamos estamos apoiando os campeonatos nacionais, o que tem sido bem sucedido. No handebol ainda estamos discutindo essa possibilidade para dar uma consistência maior aos times no Brasil. Hoje, a política esportiva do Ministério é muito específica para cada modalidade e vamos desenvolvendo ano a ano - explicou Leyser.
(Globo Esporte .com)