Caxias do Sul - RS - Brasil

Futsal: A experiência de Jarico na China

sexta-feira, 2 de maio de 2014

Futsal: A experiência de Jarico na China

Paciência, o maior aprendizado

Caxias do Sul – Depois de um ano e meio na China, o técnico Jari da Rocha, o Jarico, 52, está em Caxias, onde passa um período de descanso. Ainda sem saber se terá o contrato renovado com o Zhuhai Minhs, clube em que chegou em quinto e em terceiro nas duas últimas Ligas Chinesas, vai exercitando um dos maiores aprendizados do Oriente.

– A paciência. Lá, as decisões demoram, são sempre proteladas – revela o treinador, o que contrasta com o seu sangue quente.

A definição deve ocorrer até junho. Há ainda a possibilidade de Jarico se transferir para outro time, com mais recursos e estrutura, já que o seu atual é formado basicamente por jogadores jovens, entre 18 e 21 anos.

Nesse ano e meio, o técnico viveu muitas experiências novas, pois a China é um mundo diferente. Mas nada de comer carne de cachorro ou de outros animais exóticos.

– Isso é nas regiões mais distantes, mas está diminuindo – afirma.

A maior diferença em relação ao futsal praticado no Brasil está na qualidade técnica. Segundo Jarico, as equipes podem ter jogadores estrangeiros, mas na última temporada apenas um podia estar na quadra durante o jogo.

Migués – Mas há coisas que não mudam, não importam o local e a cultura dos profissionais, que no caso da China é de obediência:

– Sempre há os que querem dar migué, nos treinos, na proibição de fumar... Quando eu digo que vou nos quartos fazer uma inspeção, eles correm para abrir as janelas e colocar um spray para disfarçar o cheiro. É impressionante como o jovem chinês fuma, dá status.

Durante todo o tempo, Jarico conta com a ajuda de intérpretes, sendo o principal o auxiliar técnico. Ele aprendeu algumas palavras, mas quando a coisa aperta nem fala:

– Quando eles me veem mais vermelho que o normal, sabem que a alguma coisa não agradou.

Nestas férias, Jarico está aproveitando para resolver algumas questões pessoais. Ele está se divorciando e precisa se reestruturar para outra saída. A não ser que surja uma boa proposta no Brasil.

elizeu.evangelista@pioneiro.com
ELIZEU EVANGELISTA

Hábitos diferentes chamam a atenção

A vida na China tem alguns aspectos curiosos, que acabam provocando choque para quem é de fora. Um deles está na, pode-se dizer, liberação de gases dos nativos. Durante as refeições, são comuns os arrotos. Em outros casos, as flatulências.

– Numa das primeiras reuniões com um dirigente, ele soltou uma bufa tão grande que eu disse para o tradutor: acho que o homem se ca... – recorda Jarico, rindo.

Com os jogadores, o técnico disse que não aceitaria esse tipo de coisa. Assim, quando alguém se esquecia da regra, ele aplicava um cascudo.

– Hoje, o próprio grupo enche de cascudos os que não cumprem a regra – revela.

Outra situação inusitada foi quando um chinês convidou Jarico para conhecer o vinho produzido na província de Guandong, sede da equipe. Mas o entusiasmo acabou em seguida:

– O vinho estava num vasilhame transparente, com uma torneira. Quando ele foi tirar o vinho, vi que tinha uma cobra lá dentro. Desisti na hora.


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