Relato de quem viveu o rally pela primeira vez
Bertholdo e Soares vencem o Rally de Erechim
Neste último final de semana a dupla gaúcha Ulysses Bertholdo (piloto) e Alessander Soares (navegador) venceram a etapa do brasileiro do Rally de Erechim. Mais que isso, a dupla ficou com o segundo lugar geral à frente de duplas de renome internacional do Paraguai, Uruguai, Argentina e Bolívia.
Tive a oportunidade de vivenciar por um dia como é o funcionamento de uma equipe de rally, nesse caso a UB Rally da dupla campeã. Os campeões sempre me falaram da diferença da terra pro asfalto em todos seus aspectos, seja técnico ou afetivo. Comprovado! Tudo que eles falaram é verdadeiro. Em um breve relato quero mostrar a diferença de quem teve a oportunidade de vivenciar os dois lados.
O rally utiliza carros com extrema tecnologia, alguns fornecidos pelas montadoras e alguns adaptados. Pegamos o caso do Lancer Evo X, da UB Rally. A tecnologia japonesa empregada no carro juntamente com as alterações estruturais e kits de rally instalados são muito superior aos nossos stocks de pista. Aí fica a pergunta: Se na Stock os segredos são bem guardados, no rally nem se fala?!?!? A resposta é: NEGATIVO! Entrei em todas as equipes, brasileiras e estrangeiras. Com uma pequena solicitação: ?Posso sacar una foto? Parece que as equipes faziam questão de nos ter presentes, tirando fotos, fazendo perguntas. Um ambiente extremamente acolhedor. Analisando os carros, o Brasil está muito atrás dos Paraguaios, Argentinos e Bolivianos. Eles sim tem carros de rally, iguais aos do mundial. Nós... nos viramos com o que temos. Rivalidades à parte, na hora do almoço feito no reservado da UB Rally, tinha pilotos de outras equipes, mecânicos de outras equipes, fotógrafos, pilotos que não estavam competindo além de todos mecânicos, pilotos e navegadores da UB. Interação total. E quem diria, equipes de emprestando peças umas para as outras... Eu vi, ninguém me contou! A prova realmente se ganha na estrada e não na falta de esportividade. Além disso participamos da coletiva de imprensa e conhecemos toda a estrutura do rally sempre acompanhados pelo nosso navegador Alessander.
Mais pro fim do dia foi chegando a hora da primeira super especial. Faltando alguns minutos para a prova me deparo com nosso piloto campeão limpando os arredores de um banheiro químico com uma mangueira. Aí me perguntei: Pode um piloto 17 vezes campeão brasileiro e líder neste ano fazer tal coisa? Pode sim, afinal ele não é só o melhor no carro, é uma ótima pessoa que preza pela humildade, dormindo, comendo e realizando atividades junto à sua equipe sem preocupar-se com status ou hierarquia. Fazendo de tudo para o bom andamento dos trabalhos.
Hora da corrida. Nosso anfitrião Alessander Soares foi preparar-se para a prova e fomos rumo à pista onde teria a primeira etapa. Uma rua dava acesso ao espetáculo. Rua essa que aumentava seu movimento pouco a pouco e de repente: mais de 20 mil pessoas se aglomeravam para ver as máquinas. Incrível! Nunca vi tantas pessoas para ver uma de 13 etapas de uma prova automobilística. A cidade respira Rally, crianças falam em "pêndulo", pais compram Mitsubishi igual de competição, grupos se organizam com camisetas... é o evento do ano.
Nossa dupla se apresentou com maestria, levantando o público. Ali iniciava a conquista de Erechim. Não permanecemos nos outros dias, mas ao nos despedirmos ainda comentamos a corrida com Alessander, que retornou à pista para ver as outras corridas da noite. Por fim, nos despedimos do Ulysses que fazia, ou tentava fazer, seu filho Luca dormir no motorhome da equipe. Pois é, rally é emoção, dedicação, tecnologia, humildade e principalmente família.
Agradeço ao convite dos amigos Alessander Soares e Ulysses Bertholdo e já me auto convido para as próximas etapas. Sucesso amigos!
Rafael dos Santos
Bertholdo e Soares vencem o Rally de Erechim
Neste último final de semana a dupla gaúcha Ulysses Bertholdo (piloto) e Alessander Soares (navegador) venceram a etapa do brasileiro do Rally de Erechim. Mais que isso, a dupla ficou com o segundo lugar geral à frente de duplas de renome internacional do Paraguai, Uruguai, Argentina e Bolívia.
Tive a oportunidade de vivenciar por um dia como é o funcionamento de uma equipe de rally, nesse caso a UB Rally da dupla campeã. Os campeões sempre me falaram da diferença da terra pro asfalto em todos seus aspectos, seja técnico ou afetivo. Comprovado! Tudo que eles falaram é verdadeiro. Em um breve relato quero mostrar a diferença de quem teve a oportunidade de vivenciar os dois lados.
O rally utiliza carros com extrema tecnologia, alguns fornecidos pelas montadoras e alguns adaptados. Pegamos o caso do Lancer Evo X, da UB Rally. A tecnologia japonesa empregada no carro juntamente com as alterações estruturais e kits de rally instalados são muito superior aos nossos stocks de pista. Aí fica a pergunta: Se na Stock os segredos são bem guardados, no rally nem se fala?!?!? A resposta é: NEGATIVO! Entrei em todas as equipes, brasileiras e estrangeiras. Com uma pequena solicitação: ?Posso sacar una foto? Parece que as equipes faziam questão de nos ter presentes, tirando fotos, fazendo perguntas. Um ambiente extremamente acolhedor. Analisando os carros, o Brasil está muito atrás dos Paraguaios, Argentinos e Bolivianos. Eles sim tem carros de rally, iguais aos do mundial. Nós... nos viramos com o que temos. Rivalidades à parte, na hora do almoço feito no reservado da UB Rally, tinha pilotos de outras equipes, mecânicos de outras equipes, fotógrafos, pilotos que não estavam competindo além de todos mecânicos, pilotos e navegadores da UB. Interação total. E quem diria, equipes de emprestando peças umas para as outras... Eu vi, ninguém me contou! A prova realmente se ganha na estrada e não na falta de esportividade. Além disso participamos da coletiva de imprensa e conhecemos toda a estrutura do rally sempre acompanhados pelo nosso navegador Alessander.
Mais pro fim do dia foi chegando a hora da primeira super especial. Faltando alguns minutos para a prova me deparo com nosso piloto campeão limpando os arredores de um banheiro químico com uma mangueira. Aí me perguntei: Pode um piloto 17 vezes campeão brasileiro e líder neste ano fazer tal coisa? Pode sim, afinal ele não é só o melhor no carro, é uma ótima pessoa que preza pela humildade, dormindo, comendo e realizando atividades junto à sua equipe sem preocupar-se com status ou hierarquia. Fazendo de tudo para o bom andamento dos trabalhos.
Hora da corrida. Nosso anfitrião Alessander Soares foi preparar-se para a prova e fomos rumo à pista onde teria a primeira etapa. Uma rua dava acesso ao espetáculo. Rua essa que aumentava seu movimento pouco a pouco e de repente: mais de 20 mil pessoas se aglomeravam para ver as máquinas. Incrível! Nunca vi tantas pessoas para ver uma de 13 etapas de uma prova automobilística. A cidade respira Rally, crianças falam em "pêndulo", pais compram Mitsubishi igual de competição, grupos se organizam com camisetas... é o evento do ano.
Nossa dupla se apresentou com maestria, levantando o público. Ali iniciava a conquista de Erechim. Não permanecemos nos outros dias, mas ao nos despedirmos ainda comentamos a corrida com Alessander, que retornou à pista para ver as outras corridas da noite. Por fim, nos despedimos do Ulysses que fazia, ou tentava fazer, seu filho Luca dormir no motorhome da equipe. Pois é, rally é emoção, dedicação, tecnologia, humildade e principalmente família.
Agradeço ao convite dos amigos Alessander Soares e Ulysses Bertholdo e já me auto convido para as próximas etapas. Sucesso amigos!
Rafael dos Santos
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