A força do futsal caxiense nos anos 80 e 90
por Daniela Bittencourt |
Grandes técnicos, administração sólida e boa estrutura. Para o profissional de educação física Ednei Torresini, estes foram os pontos chaves que fizeram da Associação Atlética Enxuta um dos nomes do futsal brasileiro.
O time caxiense destacou-se na história do futebol de salão entre as décadas de 80 e 90, quando foi tricampeão da Taça Brasil de Futsal e pentacampeão do Campeonato Gaúcho de Futsal. Torresini jogou na Enxuta entre os anos de 1986 e 1993, da categoria fraldinha até a infantil.
“Presenciei os vários momentos da Enxuta, para mim, eternos momentos. Ainda tenho em casa a camiseta com a qual fomos campeões gaúchos em 1991, contra o Brilhante de Pelotas, em Porto Alegre”, empolga-se o profissional que viu jogar nomes como Babau, Morruga, Ortiz, Jorginho, Bagé, Choco, entre jogadores de seleção brasileira.
“Enxuta, para mim, está no meu sangue”, sentencia.
O time que surgiu em 1985 como Triches, formado basicamente por funcionários da empresa caxiense, foi se profissionalizando até virar referência. É o que conta o também profissional de educação física e proprietário da escola de futsal D’Itália, Enio Luiz Ferreira de Aguiar, que foi técnico de Ednei e acompanhou toda a trajetória da Enxuta.
“O time foi criado para disputar os jogos do Sesi e começou dentro da Triches, que era a empresa detentora da marca Enxuta. No início, a maioria dos atletas eram funcionários da empresa. Depois foi crescendo, o dono da empresa viu que era uma oportunidade de divulgar a marca. Em 86, mudou de nome, alguns funcionários continuaram no time, entraram alguns expoentes do futebol de salão da cidade na e foi agregando devagar atletas do Estado, em seguida vieram técnicos do Rio de Janeiro, Santa Catarina, e aí só começou a deslanchar”, lembra.
O primeiro título estadual veio em 1986, quando ainda era Triches, em uma vitória sobre o Grêmio. Nos dois anos seguintes, a equipe, já com o nome de Enxuta, venceu Grêmio e Internacional, respectivamente. Em 1993, 1994 e 1995 enfileirou mais 3 campeonatos gaúchos, sobre o Itaqui, o Perdição e o Lagoense.
“Foi realmente um marco a nível de esporte na cidade. O ginásio estava sempre lotado. Em 1993 enchemos 15 ônibus para torcer pela Enxuta em Itaqui, era realmente muito importante para a cidade na época”, garante Aguiar.
Torresini relembra com carinho a final da Taça Brasil de Futsal de 1996, terceiro título nacional da equipe, sobre o Vasco da Gama (o primeiro foi em 1989, contra o Bradesco e o segundo em 1995, contra o Natal).
“Lembro muito bem da final inédita, disputada no Pereirão lotado. A cidade parava para ver os jogos da Enxuta, jornais da época destacavam o elenco do time. Senti muito quando ocorreu a extinção, chorei e não acreditava no que estava acontecendo. Mas, de outro lado, sinto orgulho de ter presenciado toda época áurea da Enxuta”, emociona-se.
Paixão compartilhada, Aguiar defende que a equipe foi fundamental para o futsal, ultrapassando as barreiras municipais.
“Temos equipes do futebol de salão cuja metodologia de trabalho teve o pontapé inicial em Caxias. Até hoje, embora não exista mais a empresa nem a equipe, a influência foi importante para o desenvolvimento do futsal na região e no Estado, para não ir muito além, tanto que muitos profissionais que passaram pela Enxuta continuam trabalhando com futsal hoje”, conta, lembrando nomes como Paulinho Sananduva, Fininho e Manoel Tobias, para citar alguns.
FONTE: O CAXIENSE
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