Kinesio Taping: Cientificamente não funciona. Psicologicamente...
Por que e para que usam fitas coladas na pele?
Fábio Oliveira em 22 de Janeiro de 2013 às 13:59 - Fonte: Revista Tênis
Se você é um verdadeiro apreciador de tênis e acompanha os torneios do circuito profissional, com certeza já observou que muitos jogadores estão utilizando fitas coloridas por todo o corpo. Serena Williams, Na Li, Novak Djokovic e Gael Monfils são alguns dos que mais a utilizam em partidas oficiais. Mas afinal o que são aquelas fitas e como elas funcionam?
Trata-se da fita kinesio (Kinesio Taping). Ao contrário do que se imagina, ela não é apenas um enfeite ou uma questão de vaidade. Esse método é derivado, basicamente, da ciência da cinesiologia, por isso foi denominada “kinesio”. Tanto no circuito profissional quanto no amador, ela se tornou um dos mais novos aliados dos tenistas.
HISTÓRICO E BENEFÍCIOS
Tudo começou com um direcionamento de atenção da ciência desportiva à importância da função muscular para o desempenho no esporte, daí surgiu a ideia de tratar os músculos por meio da ativação do processo natural de autocura. A eficácia da fita está na ativação do sistema circulatório e neurológico.
Ela se aplica sobre ou ao redor da musculatura, com os músculos em posição alongada, de uma extremidade do músculo à outra e com pouco ou nenhum estiramento da fita.
Entre outros benefícios, os propósitos básicos são: reduzir a dor e a inflamação, relaxar os músculos fadigados pelo uso excessivo e dar suporte muscular em movimentos utilizados com frequência. Ela é aplicada a partir da origem para inserção do músculo para suporte muscular e de inserção para origem para reabilitação.
Com a aplicação da fita, a sensação dos tenistas é de mais consistência muscular, o que teoricamente, pode contribuir com uma melhora no desempenho. Além disso, os jogadores relatam se sentirem mais confiantes em seus movimentos.
O grande fator diferencial da fita é que ela proporciona a oportunidade de vivenciar um real suporte muscular e estabilidade articular sem afetar a amplitude de movimento, melhorando a circulação, permitindo que o tenista continue o seu jogo com uma ajuda funcional e sem incômodo. A fita é constantemente usada para manutenção preventiva em qualquer nível de jogo (do iniciante ao profissional) e pode ainda ser utilizada em combinação com outras modalidades terapêuticas, como a crioterapia, terapia manual, hidroterapia, estimulação elétrica etc.
ATUAÇÃO NO CORPO
Os músculos se estendem e se contraem constantemente dentro de uma amplitude considerada normal. Entretanto, quando um músculo ultrapassa os limites da contração ou da extensão, não consegue se recuperar e, na sequência, inflama. Durante a inflamação, inchaço ou rigidez gerada pela fadiga, o espaço entre a pele e o músculo fica comprimido, resultando em constrição do fluxo de fluído linfático. Essa compressão eleva a pressão sobre os receptores de dor localizados sob a pele, que, por sua vez, comunicam sinais de desconforto ao cérebro. A fita alivia a dor e facilita a drenagem linfática por levantar, microscopicamente, a pele. A sua propriedade elástica faz com que a porção de fita adesiva crie circunvoluções e enrugamentos na pele e, assim, aumenta o espaço intersticial e melhora o fluxo sanguíneo e linfático.
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USO NO TÊNIS
No tênis, a fita é usada para qualquer tipo de acometimento desde dores de cabeça a problemas nos pés. Alguns exemplos da aplicação são: facilitação ou inibição neuromuscular, comprometimentos e desconfortos musculares gerais, desequilíbrios e instabilidades no ombro, fasciíte plantar, entorse de joelho e tornozelo, lesões de menisco, acometimentos patelo-femorais, bursite, síndrome do túnel do carpo, lombalgia e cervicalgia, epicondilite etc.
Apesar disso, a aplicação em quadra (quando a partida já iniciou) não é recomendada. Uma das razões é que o corpo suado não permite uma fixação adequada à pele. Outra é que nos primeiros minutos após a aplicação é sentida uma sensação diferente no local. Essa sensação poderia chamar a atenção do jogador em demasia e, assim, desviar o foco e a concentração.
O sucesso desse método no tênis está associado às suas características peculiares. A fita possui propriedades elásticas, tem capacidade de expansão em apenas um sentido longitudinal, tem espessura e peso similares à pele humana, possui poros para permitir a respiração da pele, é hipoalergênica etc, podendo ser usada por vários dias. Apesar disso, recomenda-se a permanência aplicada por, no máximo, três dias sem treinos e jogos. Caso tenha algum jogo competitivo, a fita deve ser trocada.
Por exigir um alto grau de conhecimento de anatomia e fisiologia muscular, a KTA (Kinesio Taping Association International, criadora do método) afirma que a fita deve ser aplicada somente por pessoas credenciadas.
CORES PARA QUÊ?
Em relação as cores da fita, estudiosos da cromoterapia acreditam nos diferentes efeitos proporcionados por elas, mas, de forma geral, não há diferença física ou química entre elas. As cores foram desenvolvidas apenas com o intuito de se tornarem compatíveis com os gostos dos utilizadores.
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Apesar das pesquisas científicas não evidenciarem benefícios concretos com a utilização da Kinesio Taping, a vivência prática no circuito profissional de tênis permite afirmar que existem alguns efeitos benéficos para os atletas, pois é bastante comum ver tenistas lesionados ou em fase inicial de lesão utilizarem a fita e afirmarem não terem sentido qualquer incômodo na região afetada durante o jogo.
Original: http://revistatenis.uol.com.br/artigo/uma-fita_9866.html#ixzz3sWPe7xWn
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