Uma nova e especial realidade
O contato para que as atletas viessem atuar em Caxias do Sul partiu da comissão técnica da UCS, no ano passado, durante a Copa Mercosul, disputada em Santa Maria. Alejandra e Paula defendiam a seleção uruguaia na oportunidade e chamaram a atenção. Só não vieram em 2011 porque tinham outros compromissos importantes pela equipe nacional: o Pan-Americano, em Guadalajara, no México, e o Mundial, disputado no Brasil.
– Foi a primeira participação do nosso país em um Pan e a classificação para o torneio já foi fantástica. O nível no handebol brasileiro é muito mais alto e temos muito para aprender – destaca Alejandra, 25 anos.
A principal dificuldade para a adaptação em Caxias do Sul não esteve no clima ou na culinária. Aliás, as duas acreditam que nos dois quesitos a cidade se assemelha muito à capital uruguaia. A comunicação em outra língua chegou a ser um problema no início, mas é fator superado. A principal diferença, segundo elas, está na topografia dos locais. De uma região plana elas vieram parar em uma cidade repleta de morros.
– Para subir essas ruas, como a aqui da UCS, de carro, é complicado. Se for a pé então, precisa fazer um alongamento antes. E a cidade é toda assim – brinca Paula.
Na verdade, a mudança mais sentida foi dentro da quadra, nos treinos. Segundo Paula, 23, o ritmo mais forte dos trabalhos e dos jogos chegou a assustar no começo.
– Aqui se treina muito mais. A velocidade é maior. Se trabalha as competências de uma partida. Para nós, mudou tudo. É um handebol diferente, tanto na parte tática como na questão física.
Evolução – Além de atuar no time adulto, Alejandra, que é formada em Educação Física, está trabalhando nas categorias de base da UCS. A vinda das duas atletas para o Brasil, considerada a principal potência do continente, também pode servir como impulso para o crescimento do esporte uruguaio. A armadora explica que o cenário da modalidade no país de origem é bem diferente do que elas encontraram por aqui.
– No Uruguai, o handebol é totalmente amador. Quando chegamos aqui e vimos esse ginásio poliesportivo já ficamos impressionadas. Lá não existe uma cidade universitária como esta. A estrutura é precária. Levaremos muita coisa no retorno, principalmente na questão tática.
No final de semana passado, as uruguaias ajudaram a UCS a conquistar o bicampeonato da Copa Mercosul. Aos poucos, elas vão se adaptando à nova realidade. Bom para a equipe caxiense, que terá uma dupla afinada e com muita vontade de surpreender na sua nova casa.
mauricio.reolon@pioneiro.com
MAURÍCIO REOLON
Comissão técnica |
O técnico da equipe é caxiense é Gabriel Citton. Na comissão técnica ainda
estão o preparador físico Rafael dos Santos e o auxiliar Matheus Perini |
As uruguaias Paula e Alejandra são as novidades na equipe
Para se manter entre as quatroSão 19 atletas, sendo que seis chegaram nesta temporada. Além da dupla uruguaia, foram contratadas as pontas Pâmela (ex-Criciúma) e Laís (ex-Corinthians), a armadora Danielle (ex-Fortaleza) e a pivô Carolina (ex-Corinthians). As armadoras Dani Joia e Ieda, as ponteiras Isabel, Alessandra e Aline, a pivô Manu e as goleiras Lais e Daniele continuam no grupo. A principal favorita ao título é mais uma vez a Metodista, de São Bernardo-SP, atual hexacampeã. A novidade deste ano será o Coca Cola/Copel/Unipar/Cianorte (PR), que estreia no torneio. Completam as disputa os catarinenses Blumenau, Itapevi e Concórdia e o Novo Hamburgo. Diferente das edições anteriores, a fórmula de disputa em 2012 prevê turno único na primeira fase. As quatro melhores equipes avançam para a etapa semifinal. Depois de enfrentar Blumenau, vice-campeã nas últimas cinco edições, e Concórdia nas duas primeiras rodadas, hoje e sábado, em Santa Catarina, o time caxiense folga na terceira rodada e faz sua primeira partida em casa dia 6 de outubro, diante do Cianorte, no Ginásio Poliesportivo. O grupo do técnico Gabriel Citton treinou ontem no final da tarde e logo após iniciou viagem para Santa Catarina. |
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