Pesquisa nacional mostra que gaúchos são os mais envolvidos em provas esportivas
Estudo aponta que 61% dos jovens da região Sul que praticam esportes já participaram de alguma competição do gênero
Vanessa Beltrame
Formado em Educação Física e treinador de natação, Ken Sorgi, 28 anos, enxerga o esporte além de uma maneira de ganhar a vida. Nas braçadas que costuma dar quase que diariamente nas piscinas do Grêmio Náutico União, em Porto Alegre, ele encontra conforto e satisfação.
Natural de Londrina, o atleta nada há 20 anos e, apesar de ter trocado as piscinas pelos bancos acadêmicos para dedicar-se aos estudos por cerca de cinco anos, voltou a praticar natação e a participar de competições.
— Voltei a competir no ano retrasado. E preciso dizer que estou fazendo os melhores tempos da minha vida — orgulha-se o descendente de japoneses, que este ano consagrou-se campeão mundial master na categoria de 25 a 30 anos na Itália.
O modo de vida de Ken ilustra uma pesquisa — encomendada pela marca de artigos esportivos Olympikus e realizada pelo Instituto Datafolha e pela agência Box 1824 —, que sugere que os jovens da região sul do país são os mais envolvidos em competições esportivas. De acordo com o estudo, 61% dos sulistas entre 18 e 35 anos que disseram praticar esportes já participaram de algum tipo de prova do gênero, contra 56% da região Sudeste, e 52% do Norte, Centro-Oeste e Nordeste.
Prática desportiva tem relação direta com o incentivo dos pais
A pesquisa batizada de O Brasil que Vive o Esporte mostra um retrato da prática esportiva no país e o significado dela para os jovens brasileiros. Outra de suas conclusões é que 57% dos gaúchos, catarinenses e paranaenses que responderam ao questionário acreditam que sua relação com o esporte decorre principalmente do incentivo dos pais. É o caso de Ken, que pulou na piscina por influência do pai, da mãe e dos dois irmãos mais velhos.
Para o psicólogo e educador físico Márcio Geller Marques, doutor em Ciências da Atividade Física e do Esporte, os pais estimulam o ingresso dos filhos no esporte por se tratar de um ambiente sadio, onde ficam longe de encrencas como as drogas e o álcool. Além disso, o esporte trabalha questões como disciplina e hierarquia, importantes para o desenvolvimento dos adolescentes.
Também por incentivo familiar, o médico Felipe Rocha, 32 anos, ingressou em centenas de quadras durante a breve carreira de tenista, que começou aos nove anos e terminou aos 16. Até esta idade, o médico, natural de Santana do Livramento, dedicou-se às competições e chegou a ficar no ranking dos 20 melhores do Estado, mas precisou parar devido à opção de cursar Medicina. Ainda assim, o esporte nunca foi deixado de lado.
— Para estar com a mente boa e enfrentar o estresse do cotidiano, ainda mais na minha profissão, é preciso estar com o corpo em dia. Quando pratico exercícios, parece que fiz minha parte comigo mesmo — conta o médico.
Apesar de não competir mais, Felipe nada, joga tênis e faz musculação pelo menos três vezes por semana. A frequência com que os jovens praticam esporte, aliás, também foi alvo da pesquisa. A média encontrada no Sul é de 3,1 dias por semana, menos do que a nacional, que é de 3,3 dias.
O estudo também mostrou que os jovens da Região Sul encaram o esporte como uma forma de cuidar da saúde de uma forma geral. Para 42% dos entrevistados, a prática desportiva está associada ao condicionamento físico, contra 19% deles que encaram só como uma forma de entretenimento e lazer.
— O atleta fica com um corpo legal, não tem barriguinha. Para o jovem, isso é muito importante — diz Marques.
Mais uma razão para acreditar que o esporte é um dos pilares da boa saúde física e também mental dos nossos jovens.
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