Remadas que rendem frutos
Caxias do Sul – As medalhas trazidas da longínqua Palmas, em Tocantins, são apenas um indício de que o caminho está correto. Desde que as seleções masculina e feminina de canoagem deixaram de treinar em Caxias do Sul, muitos jovens ficaram órfãos. Eram neles que crianças e jovens se espelhavam na tentativa de vislumbrar um futuro no esporte.
Mas, se engana quem pensa que a canoagem caxiense parou. A prova disso foi obtida no final de semana passado, com o título do Campeonato Brasileiro de Canoagem Maratona. O grupo com 18 atletas voltou com 16 medalhas, sendo quatro ouros, sete pratas e cinco bronzes.
Entre os campeões, estão adolescentes que iniciaram no esporte por meio dos projetos Navegar e Remadas Solidárias, que contam com alunos de escolas municipais e estaduais. Durante o ano, os alunos passam por avaliações e os destaques são direcionados para a equipe de competição.
Destaque – Em Tocantins, Larissa Scarmin foi uma das campeãs, na prova de 15 quilômetros, no K-1. Ela iniciou na canoagem há quatro anos, por meio do Navegar. Não fazia ideia do que a esperava. Demonstrou interesse e acabou sendo sorteada na escola para participar das aulas. Na época, acompanhava no hangar as meninas da seleção brasileira feminina que treinavam no local. Durante um ano chegou a acompanhá-las em algumas atividades.
– Elas me motivaram e ensinaram muito – relembra.
Ontem, durante as fotos, os colegas da equipe brincavam com Larissa, relembrando o fato ela ter sido considerada a musa da disputa em Palmas. A garota de 17 anos espera que a medalha de ouro seja apenas o início da caminhada na canoagem.
– Quero conseguir uma vaga na seleção – projeta Larissa.
As outras medalhas de ouro foram conquistadas por Marcos Scolaro (K-1/5km), William Souza e Jhonatan Rodrigues (K-2/15km) e Ícaro Paim (K-1/15km).
Outra realidade – A garotada caxiense vivenciou momentos únicos. Muitos deles viajaram pela primeira vez de avião. Saíram do frio de Caxias do Sul para um calor infernal que beirava os 40ºC em Palmas.
– Foi uma experiência muito diferente. Competir contra pessoas que não se conhece, além de ter o clima muito quente e seco – lembra Calina Backes, 13, prata nos K-1 (5km).
No grupo, estavam também os atletas paralímpicos. E eles não voltaram com as mãos vazias. Jair Cabral de Aguiar faturou a prata nos 3km e o bronze nos 5km no K-1. Charles Melgareco garantiu o bronze nos 15km, também no K-1.
Para o professor Evandro Pomina, que acompanhou a delegação caxiense junto com o técnico Jonatan Maia, o resultado não surpreende:
– Não foi surpresa pelo potencial que eles têm. O mais importante foi ver o trabalho em equipe e a forma como o grupo se comportou.
Uma nova safra está surgindo na canoagem caxiense. Os resultados comprovam que o trabalho social vale a pena. É só olhar o quanto as medalhas reluzem nos sorrisos de cada uma das novas promessas.
mauricio.reolon@pioneiro.com
MAURÍCIO REOLON
para ver os nomes dos medalhistas, clique aqui!
Caxias do Sul – As medalhas trazidas da longínqua Palmas, em Tocantins, são apenas um indício de que o caminho está correto. Desde que as seleções masculina e feminina de canoagem deixaram de treinar em Caxias do Sul, muitos jovens ficaram órfãos. Eram neles que crianças e jovens se espelhavam na tentativa de vislumbrar um futuro no esporte.
Mas, se engana quem pensa que a canoagem caxiense parou. A prova disso foi obtida no final de semana passado, com o título do Campeonato Brasileiro de Canoagem Maratona. O grupo com 18 atletas voltou com 16 medalhas, sendo quatro ouros, sete pratas e cinco bronzes.
Entre os campeões, estão adolescentes que iniciaram no esporte por meio dos projetos Navegar e Remadas Solidárias, que contam com alunos de escolas municipais e estaduais. Durante o ano, os alunos passam por avaliações e os destaques são direcionados para a equipe de competição.
Destaque – Em Tocantins, Larissa Scarmin foi uma das campeãs, na prova de 15 quilômetros, no K-1. Ela iniciou na canoagem há quatro anos, por meio do Navegar. Não fazia ideia do que a esperava. Demonstrou interesse e acabou sendo sorteada na escola para participar das aulas. Na época, acompanhava no hangar as meninas da seleção brasileira feminina que treinavam no local. Durante um ano chegou a acompanhá-las em algumas atividades.
– Elas me motivaram e ensinaram muito – relembra.
Ontem, durante as fotos, os colegas da equipe brincavam com Larissa, relembrando o fato ela ter sido considerada a musa da disputa em Palmas. A garota de 17 anos espera que a medalha de ouro seja apenas o início da caminhada na canoagem.
– Quero conseguir uma vaga na seleção – projeta Larissa.
As outras medalhas de ouro foram conquistadas por Marcos Scolaro (K-1/5km), William Souza e Jhonatan Rodrigues (K-2/15km) e Ícaro Paim (K-1/15km).
Outra realidade – A garotada caxiense vivenciou momentos únicos. Muitos deles viajaram pela primeira vez de avião. Saíram do frio de Caxias do Sul para um calor infernal que beirava os 40ºC em Palmas.
– Foi uma experiência muito diferente. Competir contra pessoas que não se conhece, além de ter o clima muito quente e seco – lembra Calina Backes, 13, prata nos K-1 (5km).
No grupo, estavam também os atletas paralímpicos. E eles não voltaram com as mãos vazias. Jair Cabral de Aguiar faturou a prata nos 3km e o bronze nos 5km no K-1. Charles Melgareco garantiu o bronze nos 15km, também no K-1.
Para o professor Evandro Pomina, que acompanhou a delegação caxiense junto com o técnico Jonatan Maia, o resultado não surpreende:
– Não foi surpresa pelo potencial que eles têm. O mais importante foi ver o trabalho em equipe e a forma como o grupo se comportou.
Uma nova safra está surgindo na canoagem caxiense. Os resultados comprovam que o trabalho social vale a pena. É só olhar o quanto as medalhas reluzem nos sorrisos de cada uma das novas promessas.
mauricio.reolon@pioneiro.com
MAURÍCIO REOLONMas, se engana quem pensa que a canoagem caxiense parou. A prova disso foi obtida no final de semana passado, com o título do Campeonato Brasileiro de Canoagem Maratona. O grupo com 18 atletas voltou com 16 medalhas, sendo quatro ouros, sete pratas e cinco bronzes.
Entre os campeões, estão adolescentes que iniciaram no esporte por meio dos projetos Navegar e Remadas Solidárias, que contam com alunos de escolas municipais e estaduais. Durante o ano, os alunos passam por avaliações e os destaques são direcionados para a equipe de competição.
Destaque – Em Tocantins, Larissa Scarmin foi uma das campeãs, na prova de 15 quilômetros, no K-1. Ela iniciou na canoagem há quatro anos, por meio do Navegar. Não fazia ideia do que a esperava. Demonstrou interesse e acabou sendo sorteada na escola para participar das aulas. Na época, acompanhava no hangar as meninas da seleção brasileira feminina que treinavam no local. Durante um ano chegou a acompanhá-las em algumas atividades.
– Elas me motivaram e ensinaram muito – relembra.
Ontem, durante as fotos, os colegas da equipe brincavam com Larissa, relembrando o fato ela ter sido considerada a musa da disputa em Palmas. A garota de 17 anos espera que a medalha de ouro seja apenas o início da caminhada na canoagem.
– Quero conseguir uma vaga na seleção – projeta Larissa.
As outras medalhas de ouro foram conquistadas por Marcos Scolaro (K-1/5km), William Souza e Jhonatan Rodrigues (K-2/15km) e Ícaro Paim (K-1/15km).
Outra realidade – A garotada caxiense vivenciou momentos únicos. Muitos deles viajaram pela primeira vez de avião. Saíram do frio de Caxias do Sul para um calor infernal que beirava os 40ºC em Palmas.
– Foi uma experiência muito diferente. Competir contra pessoas que não se conhece, além de ter o clima muito quente e seco – lembra Calina Backes, 13, prata nos K-1 (5km).
No grupo, estavam também os atletas paralímpicos. E eles não voltaram com as mãos vazias. Jair Cabral de Aguiar faturou a prata nos 3km e o bronze nos 5km no K-1. Charles Melgareco garantiu o bronze nos 15km, também no K-1.
Para o professor Evandro Pomina, que acompanhou a delegação caxiense junto com o técnico Jonatan Maia, o resultado não surpreende:
– Não foi surpresa pelo potencial que eles têm. O mais importante foi ver o trabalho em equipe e a forma como o grupo se comportou.
Uma nova safra está surgindo na canoagem caxiense. Os resultados comprovam que o trabalho social vale a pena. É só olhar o quanto as medalhas reluzem nos sorrisos de cada uma das novas promessas.
mauricio.reolon@pioneiro.com
para ver os nomes dos medalhistas, clique aqui!
Alunos oriundos dos projetos mostram orgulho ao falar dos títulos
As histórias que levaram os atletas da Associação Caxiense de Esportes Náuticos (Acen) à canoagem são as mais diversas. Havia desde aquele que buscava se encontrar em um esporte até quem simplesmente não queria ficar sem atividades.
– Jogava futebol, mas me machuquei e estava parado. Consegui a vaga na canoagem e entrei por um passatempo. Comecei a gostar e agora espero continuar no esporte por muito tempo – diz Gabriel de Jesus, 15 anos, há três na equipe caxiense.
– Passava no Sesi e via todos remando. Tentei muitos esportes, mas só me quebrei. Acertei na canoagem – lembra Pedro Berardi, 13.
Pedro, Calina e Caroline de Almeida são três dos seis medalhistas oriundos do Remadas Solidárias. O projeto, coordenado pelo professor Alvaro Koslowski, começa a render frutos pouco mais de um ano após o início. Mesmo que a ideia não fosse formar novos talentos, eles acabaram surgindo naturalmente.
Os adolescentes, que conheceram a modalidade há pouco tempo e tinham até medo de entrar nas embarcações e encarar a água, agora estão com sorriso no rosto e orgulhosos com as medalhas no peito.
– Tinha muito medo no começo. Até para me equilibrar dentro da água. Agora não tem mais problema nenhum – diz Caroline, 13, que entrou no projeto em outubro de 2012.
– Comecei a praticar no ano passado. A competição foi legal pela viagem, todos os amigos estão falando sobre o título – conta Calina.
A próxima competição da equipe será o Brasileiro de Canoagem Velocidade, em novembro.
– Jogava futebol, mas me machuquei e estava parado. Consegui a vaga na canoagem e entrei por um passatempo. Comecei a gostar e agora espero continuar no esporte por muito tempo – diz Gabriel de Jesus, 15 anos, há três na equipe caxiense.
– Passava no Sesi e via todos remando. Tentei muitos esportes, mas só me quebrei. Acertei na canoagem – lembra Pedro Berardi, 13.
Pedro, Calina e Caroline de Almeida são três dos seis medalhistas oriundos do Remadas Solidárias. O projeto, coordenado pelo professor Alvaro Koslowski, começa a render frutos pouco mais de um ano após o início. Mesmo que a ideia não fosse formar novos talentos, eles acabaram surgindo naturalmente.
Os adolescentes, que conheceram a modalidade há pouco tempo e tinham até medo de entrar nas embarcações e encarar a água, agora estão com sorriso no rosto e orgulhosos com as medalhas no peito.
– Tinha muito medo no começo. Até para me equilibrar dentro da água. Agora não tem mais problema nenhum – diz Caroline, 13, que entrou no projeto em outubro de 2012.
– Comecei a praticar no ano passado. A competição foi legal pela viagem, todos os amigos estão falando sobre o título – conta Calina.
A próxima competição da equipe será o Brasileiro de Canoagem Velocidade, em novembro.
0 comentários:
Speak up your mind
Tell us what you're thinking... !