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Por onde anda... Ronaldo, ex-ACBF e UCS, agora é cartola

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Por onde anda... Ronaldo, ex-ACBF e UCS, agora é cartola

Darce Almeida

Papito, como é popularmente conhecido, tem plano de se tornar treinador de futsal. 

No currículo profissional estão conquistas de títulos importantes como campeão da Liga Nacional de futsal, campeão das Américas e campeão do mundo. Ronaldo Nunes do Santos, o Papito, 40 anos, chegou a treinar futebol de campo no Atlético-MG, porém foi nas quadras que o ex-atleta e hoje supervisor técnico do Cresol/Marreco Futsal ficou conhecido internacionalmente. Morando desde 2009 em Francisco Beltrão, Ronaldo fixou residência na cidade após sucesso no esporte. "O técnico Fabinho Gomes veio pra Beltrão em 2008 e um ano depois me convidou pra jogar no extinto Beltrão Futsal. Joguei durante três anos, contando o Beltrão e o Marreco, e foi então que decidi ficar em definitivo na cidade", diz o mineiro de Belo Horizonte Ronaldo. 
Ronaldo (11), nos tempos de ACBF com Lambari, Jarico e Bella


Até o ano de 1988, Ronaldo participava de 'peladas' com amigos nas quadras e gramados de Minas Gerais. No ano seguinte fez testes como centroavante no América e no Atlético — seu clube de coração. Sem saber ainda se seria um profissional do futsal do Brasil, Ronaldo optou por jogar num clube de futebol de campo. Entretanto, a decepção foi inevitável. "Joguei seis meses na Associação Esportiva Santa Tereza, de Belo Horizonte, na categoria juvenil. Nesse tempo fiz testes em vários clubes e vi que não ia dar em nada. Falei pro meu pai que não queria seguir no campo. Lembro que, enquanto a gente fazia o teste, o treinador dava pouca importância e aquilo me desmotivou", desabafa Ronaldo.

Ronaldo com a taça de campeão da Liga Nacional em 1997 pelo Atlético-MG.

Acostumado a defender grandes clubes de cidades como São Paulo e Belo Horizonte, Ronaldo também se popularizou em times de cidades menores como Carlos Barbosa (RS), Orlândia (SP) e Caxias do Sul (RS). A decisão em pendurar os tênis foi tomada após conversa com a família. "Joguei em grandes clubes como o Intelli, de Orlândia, o São Paulo, Carlos Barbosa, UCS, Atlético Mineiro, e me acostumei a jogar também em cidades do interior. Em 2011, quando jogava no Marreco conversei com a minha esposa e vi que era hora de parar, até porque já chegava numa idade que ficava complicado correr pra lá e pra cá, concentração, jogos."
Clube Recreativo Mineiro
Contar com os amigos verdadeiros faz um bem pra qualquer situação. E dois desses amigos convidaram Ronaldo pra conhecer o clube mineiro. "O Alexandre e o Sérgio jogavam futsal no Recreativo. Fiz um teste como fixo e o treinador gostou do meu desempenho. Lembro que fui integrado ao clube e disputei meu primeiro campeonato mineiro.
"E o futebol volta à pauta. Mesmo treinando futsal, Ronaldo revezava os treinamentos no Santa Tereza e no Recreativo. "No Recreativo, a diretoria me dava uma ajuda de custo de R$ 150 por mês. Eu pegava dois ônibus para ir ao treino e dois pra voltar pra casa. Na verdade tinha que tirar dinheiro do bolso porque era insuficiente pra continuar treinando. No Santa Tereza eu ganhava os vales-transporte. Aí teve um dia que o treinador do Santa pediu pra eu tomar uma decisão, ou ficava no campo ou ia para o futsal. Optei pelo futsal."
Seleção brasileiraVestir a camisa amarela do Brasil como jogador é sonho da infância e perdura na adolescência de jovens que treinam em escolinhas ou que simplesmente jogam sem compromisso com os amigos. Esse sonho de milhares de meninos e meninas se tornou realidade para Ronaldo. Contudo, uma contusão não permitiu ao atleta estrear na seleção sub-20. "Em 1990 fui convocado, mas na semana que começaria os treinos me machuquei e fui cortado."
Ronaldo continuou o trabalho e seis anos depois foi contratado pelo Minas Tênis Clube, uma das maiores agremiações esportivas do mundo. "Aí realmente comecei a me destacar no futsal. Inclusive foi o primeiro ano da Liga Nacional de Futsal e onde passei a atuar como ala e não mais de fixo", relembra.
Em 1997, Ronaldo trocou de clube e foi para o Galo, sendo campeão da Liga contra o Banespa. Torcedor e jogador, o atleta levantou a taça no ginásio Mineirinho lotado. "Vinte e sete mil torcedores estavam no ginásio. Pra mim foi o jogo inesquecível da minha vida, até porque sou atleticano", disse Ronaldo, recordando que após a conquista da Libertadores desse ano pelo Atlético, pegou a bandeira e o carro e saiu comemorando solitário pelas ruas de Beltrão.
Em 1998, Ronaldo voltou para o Minas e em 1999 defendeu o Vasco, no Rio. "De 1996 até 2008 disputei todas as ligas nacionais. No ano 2000 voltei para o Atlético Mineiro, 2001 no Carlos Barbosa fui campeão da Liga, Taça Brasil, Sul-americano, intercontinental e mundial. Papamos tudo o que disputamos. Em 2002 disputei a Liga pelo Goiás e no meio do ano fui campeão gaúcho com o Carlos Barbosa, onde fiquei até 2003. Em 2004 e 2005 joguei a Liga pela UCS, Universidade de Caxias do Sul, e me transferi nesse último ano para a Intelli. Continuei no time paulista e em 2007 fui para São Paulo/Santa Fé do Sul [SP] e 2008 joguei também pelo São Paulo/Praia Clube de Uberlândia [MG]. Parece que São Paulo me perseguia," brinca.
Retorno financeiro
"Foi satisfatório". Com essa frase Ronaldo definiu quando perguntado se valeu a pena os 22 anos dentro de quadra atuando como atleta. "O dinheiro que ganhei deu pra aproveitar bem, só que, sabe como é, solteiro, queria saber de aproveitar, gastei bastante o dinheiro que ganhei."Em 2008, Ronaldo conhece Lena Dantas, sua atual esposa, e tomou novos rumos na vida. "Foi aí que comecei a ajeitar a minha vida, ter mais responsabilidade. Não posso esquecer os meus pais, meu filho e meus irmãos, que sempre me apoiaram. Meu filho Ronaldo Júnior não quis saber de esporte. Até coloquei em escolinhas, mas não é o que ele queria e respeitei a sua vontade," relata. 
Nova função e de novo a amarelinha
Segundo Ronaldo, deixar as quadras é quase impossível. Tanto é que em abril de 2012 assumiu a função de supervisor técnico do Marreco a convite de Ademilson Arendt, um dos diretores da equipe. "O Misso me ligou e pediu se eu queria trabalhar como supervisor do time e eu aceitei o desafio. Mesmo parando de jogar, esse é meu canto, não tem jeito", sorri Ronaldo. Quanto a ser técnico de futsal, ele revela. "Não penso pra já, mas para longo prazo. Pretendo voltar aos estudos e me formar em educação física." Sobre um ídolo no esporte, Ronaldo se lembra de Tim, que lhe deu a oportunidade quando mais precisou. "Foi o cara que me lançou no futsal, tenho muito respeito a ele."Em 2003, Ronaldo teve nova chance na seleção, só que na principal, onde disputou, ao lado do craque Falcão, o Torneio das Quatro Nações, na Tailândia. 
Vacas magras
"Antes de eu vir para o Beltrão Futsal, prometeram mundos e fundos e não foi nada daquilo que foi prometido. Joguei oito meses e recebi somente dois meses e meio de salários. Os outros jogadores foram embora porque também não receberam. Ficamos eu, o Fudil, o Danilinho, o Mauricinho e o Miojo. Não foi fácil."Pra garotada que corre o dia todo atrás da bola e sonha em ser um jogador, Ronaldo dá a dica. "Eles têm que saber se querem ser jogador ou profissional no esporte. Tem que ter ambição, independentemente de estar jogando num clube pequeno ou grande. Tem que levar a sério e jamais se envolver com drogas.
"
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