Caxias do Sul - RS - Brasil

Tiro: Serra mira nas Olimpíadas

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Serra mira nas Olimpíadas

Caxias do Sul – Ainda falta bastante tempo até as Olimpíadas do Rio, mas a Serra gaúcha já se prepara para participar. Notabilizada por bons atletas no tiro esportivo, a região vem esbarrando na tentativa, há alguns anos, de contar com representantes nos Jogos Olímpicos.

Mas a história pode estar mudando. Por ser país-sede do evento, o Brasil será obrigado a ter equipes em todas as modalidades esportivas envolvidas. Ainda que não tenham sido definidos os critérios que serão utilizados para a escolha de atletas, os serranos vêm forte em busca do sonho olímpico.

Durante os últimos dias, Caxias foi, pela primeira vez, sede de uma final do Campeonato Brasileiro de tiro esportivo, terceira modalidade a disputar medalhas, somente atrás de atletismo e natação. Assim, o tiro deve ser a aposta para contar com competidores locais em 2016.

Dos 135 participantes de várias regiões do país que disputavam o Brasileiro, 10 eram gaúchos, e quatro da Serra têm boas chances de representar a região em 2016. Dois deles chegaram à final da competição, sendo um campeão e outro, o quarto. Os outros dois foram o último caxiense a estar em uma Olimpíada e a grande promessa do tiro gaúcho em muito tempo.

O campeão, Davi Pivatto, tem 30 anos e é de Veranópolis. Entre os finalistas, era o único a utilizar uma carabina nacional: uma pistola Boito, fabricada em sua cidade natal. O quarto colocado foi Roberto Schmits, 45, radicado em Canela, terceiro colocado do ranking nacional. Fechando o quarteto gaúcho estão Jean Labatut, 42, que disputou os jogos de Atlanta (EUA), em 1996, e Guilherme Maurina, 26, em quem se aposta muito.

No Brasil não existem profissionais do tiro. Todos trabalham além da rotina esportiva. Davi tem uma gráfica, que é uma de suas patrocinadoras. Schmits é representante comercial. Labatut é empresário. E Maurina é engenheiro e estudante de mestrado. Conciliar esporte com vida profissional não é uma tarefa simples.

– Prejudica a relação com a família, com negócios. Meu sonho era ir às Olimpíadas. Outro sonho era ir de novo. Para mim, virou hobby, um hobby caprichado – contou Labatut.

– É difícil conciliar com a profissão. São muitas viagens, treinos... – complementou Pivatto.

– O trabalho é que atrapalha o esporte – brincou o empresário.

Apesar das dificuldades, eles brigam forte para participar dos Jogos de 2016.

– Já deixei escapar duas vezes a vaga. No Pan-Americano de Guadalajara (México) cheguei ao bronze, mas não deu. Agora vai ter que dar – revelou Schmits.

Guilherme Maurina adapta a vida às necessidades que o esporte exige:

– Estou tentando fazer doutorado. Seria o ideal em relação aos treinos, por questão de tempo. Se fosse uma empresa não resolveria tão fácil.

A Confederação Brasileira de Tiro pretende formar a equipe olímpica seis meses antes dos Jogos.

Competições – A final do Brasileiro é a última das 11 etapas da competição. Foram disputadas as provas de Fossa Olímpica, Fossa Double e Skeet. Ela sozinha também é a Copa Brasil. Para o campeonato, só contam os números de cinco das fases classificatórias, não as finais.

O Clube Caxiense de Caça e Tiro também recebe a final do campeonato de Trap Americano, dias 7 e 8 de dezembro, que deve reunir mais de 200 competidores em Caxias.

luiz.jacomini@pioneiro.com
LUIZ JACOMINI
Importância para a cidade
O evento no município possibilitou que, pelo menos,125 pessoas ficassem hospedadas nos hotéis
 de Caxias do Sul.

Esporte de pai para filho

Todos eles praticam o esporte desde a adolescência. Tiveram o primeiro contato com a competição 
de tiros a partir de seus pais, que os levavam para o clube para assistir às competições, até que dessem
 seus primeiros disparos.

Com um filho recém-nascido, Labatut diz que não irá pressioná-lo a gostar do esporte. Contudo,
 entende que seria muito bom. Inclusive, faz questão de deixar claro de que não se trata de um 
esporte violento:

– É um esporte como qualquer outro. Muita gente vê o tiro como violento. Mas não há perigo nenhum. 
Ele trabalha a responsabilidade de se ter uma arma. Trabalha muito o psicológico.

Segundo a Confederação Brasileira de Tiro Esportivo, dos 12 mil atletas federados, nunca houve 
registro de problemas com nenhum deles em relação a armas.

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