Caxienses disputam ultramaratona na África do Sul
Seis atletas do município estarão na disputa da Comrades, prova de 89 quilômetros que ocorre neste domingo
Tudo que se relaciona à Comrades, a maior em participação e mais antiga ultramaratona do mundo, é superlativo. São 89 quilômetros de prova, cerca de 20 mil corredores, aproximadamente 250 mil apoiadores ao longo do percurso e por aí vai. E, entre os números que se somam em relação à corrida está o de 154 brasileiros. Seis deles são de Caxias do Sul.
Neste domingo, eles largam de Pietermaritzburg em direção a Durban, na África do Sul. A corrida, que a cada ano inverte o sentido do percurso, em 2014 será Down Run (descida). Os atletas têm 12 horas para completar o percurso e ganhar a medalha de participação.
Do grupo serrano, os mais experientes são o casal Daniela, 45 anos, e Gilmar Signori, 56 (apoio de Girardi Sports). Essa será a 3ª Comrades que eles correm.
— Como nas duas primeiras, certamente correremos todo o percurso juntos. Para nós, esse é o espírito da Comrades (o nome quer dizer camaradas, companheiros) — diz Daniela.
A ligação deles com a prova iniciou em 2000, quando os dois moravam em Amsterdã, na Holanda.
— Conhecemos um ultramaratonista que a tinha corrido várias vezes. Ficamos fascinados por ela e desde então passou a ser um sonho, o que veio a se realizar 12 anos depois, em 2012 — prossegue Daniela.
O restante do grupo caxiense na Comrades 2014 é formado por Daniel Vist, 40, Gilceia Soprana, 37, Alexandre Imperador, 28, e Nadia Duarte, 51. O quarteto, que faz parte do Grupo Danivist Running, tem patrocínio de Girardi Sports, ATP Suplementos by Flex, Union Negócios Imobiliários, Porto Seguro Vida e Plié Studio Pilates.
— Fiz a Comrades o ano passado pela primeira vez, foram 87 quilômetros muito difíceis porque minha mãe morreu na véspera da prova, quando eu estava lá. Além disso, em 2013 fez muito calor, completamente atípico para o mês de junho na África do Sul. A ideia de ir novamente surgiu com a impossibilidade de participar da Two Oceans, uma prova de 56 quilômetros também na África — explica Vist, que foi atleta de elite na corrida e no triatlo.
Longo treinamento para a prova
Daniela e Gilmar (foto) participaram da primeira maratona, em 1995. Desde lá foram cerca de 50 provas, em mais de 30 países, além das duas Comrades. Mas Nadia, Gilceia e Alexandre fazem a estreia em uma prova de ultradistância.
– Queria que eles (Gilceia e Alexandre) sentissem na própria pele o desgaste do treino e da competição, uma vez que não foram competidores de corrida e isso pode fazer diferença quando o assunto é treinamento e excelência – argumenta Vist.
Aproveitando a estada na África, o grupo irá visitar a Universidade de Cape Town e um centro de treinamento de corrida para um aprimoramento ainda maior.
– O treinamento para uma prova de 89 quilômetros é bastante específico, ou seja, devemos priorizar os treinos longos (30, 40, 50, 60 quilômetros) em detrimento aos de velocidade. Devemos aumentar a resistência, tanto física quanto psicológica. O fato de termos participado já duas vezes certamente ajuda na preparação, mas cada prova é única, e as variáveis que conseguimos controlar são sempre menores do que aquelas que não conseguimos – argumenta Daniela.
E Gilceia conta a sua experiência, que é muito semelhante a do restante do sexteto, tanto do esforço, quanto no envolvimento e apoio que acaba surgindo em volta do pessoal que irá correr o desafio:
– Os treinos são desgastantes e nem poderia ser diferente. Mas tudo se tornou fácil contando com apoio. Nossos atletas aderiram ao espírito e sempre estiveram presentes nos intermináveis treinos de domingo.
Os objetivos
Daniela Signori:
– Participar de uma ultramaratona é um grande desafio, desde o momento da inscrição. São meses de treinamento, de cuidados com a alimentação, a saúde e principalmente de preparo psicológico, que na realidade é a força mental que nos leva a concluir uma prova como essa. Durante o percurso inúmeras razões surgem para desistirmos de correr, mas a força mental e, no nosso caso o amor e o companheirismo que temos um pelo outro, nos impulsiona a seguirmos em frente.
Daniel Vist:
– Tenho uma missão especial, honrar minha mãe que morreu no dia da prova do ano passado, e minha amada irmã (também já morta) que sempre me apoiou e se orgulhava dos meus feitos. Além de ser uma prova única pela energia e superação dos competidores.
PIONEIRO
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