Caxias do Sul - RS - Brasil

Falta de vergonha na cara caracteriza as desculpas pela morte do profissional de educação física Tiago Pereira

quinta-feira, 28 de maio de 2015

Falta de vergonha na cara caracteriza as desculpas  pela morte do profissional de educação física Tiago Pereira


Mais de um ano se passou do trágico fato do profissional de educação física e triatleta Tiago Pereira que morreu devido a um choque elétrico em um evento de Triathlon em Brasília. Estou escrevendo só pra mostrar aos amigos de Tiago como andam as investigações. Eu, como amigo, fico extremamente indignado com a falta de respeito, consideração e da capacidade do brasileiro de passar a culpa para os outros. 

Fato: ele morreu! 

Culpados: ninguém! 

Me perdoem, mas não somos ignorantes ao ponto de achar que foi suicídio! Tomem vergonha na cara e assumam seus erros!


1 - CARLOS ALBERTO VIANA GALVÃO, SÓCIO DA LATIN SPORTS: Disse que um dia antes da morte de Tiago Pereira, recebeu informações de que a estrutura da Kona Bikes produzia choques elétricos e soube que a Neo Eventos mandou um funcionário verificar o problema. No dia da morte de Tiago não recebeu informação sobre choques.

Então, não tem culpa. A culpa é do funcionário...
 
2 - LUCAS DOS SANTOS FERRAZ, AUXILIAR DE ELETRICISTA: disse que aprendeu a função de auxiliar de eletricista na prática. Ele alegou que não recebeu orientação de engenheiro para a montagem da rede elétrica. Que recebeu reclamações de choques e providenciou reparos com fita isolante e fez testes que deram negativo.


Passou a culpa pro engenheiro...
 
3 - JAILSON BISPO DA TRINDADE, ELETRICISTA: disse ser eletricista há 15 anos, mas não frequentou curso profissionalizante para a função. Admitiu não ter recebido orientação de engenheiro ou seguido plano para montar a rede elétrica.

Culpou o engenheiro...
 
4 - NELSON FERNANDO DE MIRANDA ESTEVES, SÓCIO DA NEO EVENTOS: Não recebeu aviso de problemas, com exceção do acidente fatal de Tiago Pereira. Afirmou que o eletricista e o auxiliar de eletricista eram funcionários de uma prestadora de serviços contratada pela Neo Eventos. Também ressaltou que serviços de manutenção não exigem a presença de arquiteto ou engenheiro responsável no local. 

Se eximiu da culpa dizendo que o serviço foi terceirizado. Não tem culpa. Nem ele, nem o arquiteto e nem o engenheiro...
 
5 - FERNANDA ALVES DE SOUZA, ARQUITETA: Assinou o Registro de Responsabilidade Técnica. Não acompanhou a fiscalização  de órgãos públicos e não recebeu notificação de irregularidade. Esclareceu que existe limitação profissional em relação ao trabalho de arquiteto e que se tivesse tomado conhecimento dos choques elétricos solicitaria uma consultoria de engenheiro ou eletrotécnico.

Não é culpada, afinal ninguém havia morrido ainda e não foi avisada. Se existe limitação na profissão, significa que nem devia ter aceito o trabalho. Portanto, a culpa é do engenheiro e do eletrotécnico...


Leia abaixo as duas últimas matérias exibidas pelo Pioneiro sobre as investigações.


Pai de atleta de Caxias morto em Brasília exige investigação mais completa

Cinco pessoas foram indiciadas pelo acidente fatal de Tiago Pereira

Pai de atleta de Caxias morto em Brasília exige investigação mais completa Roni Rigon/Agencia RBS
Inspirado pelo filho Tiago Pereira, 28 anos, que se dedicava às competições de extrema exigência física, Jorge Pereira, 58, se mostra incansável na busca da responsabilização pela morte do rapaz, ocorrida há pouco mais de um ano em Brasília.

O homem que mora em Caxias do Sul mergulhou na investigação da polícia e apontou supostas brechas do inquérito à promotora do Ministério Público do Distrito Federal, Anna Brâncio. A provocação de Pereira e do advogado da família, Mauro Roza, resultou na reabertura da investigação policial a pedido do MP.

No dia 6 de abril do ano passado, Tiago sofreu uma descarga elétrica após concluir uma prova da modalidade de triatlo no Ironman 70.3, organizado pela Latin Sports, em Brasília. O acidente aconteceu no momento em que ele tocou uma estrutura de metal no estande da Kona Bikes.

Cinco pessoas envolvidas na organização e na prestação de serviços da competição foram indiciadas, resultado não satisfatório para a família do esportista.

— Questiono é o não indiciamento do diretor da prova, que sabia de pessoas que levaram choques e poderia ter cancelado o evento, e também da falta de uma perícia na ambulância que prestou o primeiro socorro ao meu filho — diz o pai de Tiago.

Na investigação, por exemplo, uma testemunha teria relatado a inexistência de rádio comunicador entre os socorristas, o que pode ter contribuído na demora do atendimento pós-acidente. Pereira indaga por que os responsáveis do estande onde Tiago morreu não foram incluídos no relatório final do inquérito.

— A responsabilidade é compartilhada em casos assim — reforça.

O pai do atleta promete cobrar as autoridades até um desfecho:

— Temos que lutar, com todo o sofrimento, mas lutar.

QUESTIONAMENTOS DO MP

A partir de provocações do pai do atleta Tiago Pereira e do advogado da família, o Ministério Público do Distrito Federal solicitou novas investigações. Confira as solicitações listadas pela promotoria:

- Se o proprietário da Kona Bikes e funcionários que estavam no estande da empresa durante o Ironman 70.3, em abril de 2014, receberam informações sobre choques elétricos e reportaram os problemas aos responsáveis pelo evento ou adotaram providências para impedir acidentes.

- Quais os pontos obrigatórios anotados na vistoria realizada pelos Bombeiros e Defesa Civil do Distrito Federal para liberar a realização do Ironman em Brasília, e se essa fiscalização incluiu o risco de eletrocussão.
- Versão dos responsáveis pelos laudos de liberação do evento.
- Cópia integral do prontuário médico de Tiago Pereira durante o atendimento no Hospital Base de Brasília e identificação dos profissionais que prestaram o socorro na instituição.

MP questiona investigação sobre morte de atleta de Caxias do Sul

No ano passado, Tiago Pereira levou choque elétrico durante competição em Brasília


Mais de um ano após a morte do professor e triatleta caxiense Tiago Pereira, 28 anos, o resultado da investigação é questionado pela família e pelo Ministério Público.

No dia 6 de abril de 2014, o esportista sofreu uma descarga elétrica após concluir uma prova da modalidade de triatlo no Ironman 70.3, organizado pela Latin Sports em Brasília. Em março deste ano, a 10ª Delegacia de Polícia do Distrito Federal indiciou cinco pessoas envolvidas na organização e prestação de serviços da competição, mas a promotoria devolveu o inquérito solicitando uma apuração mais detalhada. Novas testemunhas foram intimadas para depor ainda neste mês.

Na avaliação da Polícia Civil, a tragédia foi impulsionada pelo descuido na montagem da rede elétrica a cargo da Neo Eventos, do Distrito Federal. O pedido do MP, porém, quer esclarecer se as falhas na segurança e a possível falta de comunicação entre os organizadores também teria contribuído para a morte de Tiago. A família do atleta e a promotora de Justiça Anna Maria Amarante Brâncio entendem que fatos antes e possivelmente depois do acidente poderiam ter sido evitados.

No dia anterior à morte, testemunhas relataram ter recebido choques na estande da Kona Bikes, ponto onde ocorreu o acidente fatal de Tiago. Eletricistas sem formação técnica, contratados para a manutenção elétrica do Ironman, afirmaram ter providenciado os reparos. Contudo, os choques continuaram no dia seguinte pois houve falha no isolamento de fios condutores, conforme apontamento de peritos. Pela lei do Distrito Federal, a organização deveria ter providenciado a correção do problema ou cancelado a atividade para evitar mais acidentes, o que não ocorreu.

A prova teve seis horas de duração e exigia que os competidores percorressem 2km nadando, 90km pedalando e 21km correndo. Tiago estava em Brasília com outros três competidores de Caxias. Após completar o exaustivo circuito, o caxiense se deslocou até a área de estandes para beber água. Nesse momento, se encostou numa estrutura metálica e recebeu a descarga. Ele recebeu o primeiro atendimento médico no local do acidente, mas morreu no hospital.

Tiago Pereira era conhecido em Caxias do Sul e no meio esportivo. Na cidade, ministrou aulas na Faculdade da Serra Gaúcha (FSG) e na Universidade de Caxias do Sul. Também foi a professor na Escola Professora Ester Benvenutti, no bairro Fátima. Paralelamente, treinava a equipe de natação da Pranadar Aqua e Fitness e era professor de musculação da Academia Raiar.

INDICIADOS E VERSÕES

O inquérito da 10 Delegacia de Polícia do Distrito Federal responsabilizou cinco pessoas pela morte do triatleta Tiago Pereira. Confira a versão resumida dos indiciados em depoimento na delegacia:
- CARLOS ALBERTO VIANA GALVÃO, SÓCIO DA LATIN SPORTS: disse ser um dos sete sócios da empresa. Afirmou que a Neo Eventos foi contratada para montar os estandes de exposição e de serviços. Que autoridades expediram o alvará de funcionamento para o evento. Também disse que um dia antes da morte de Tiago Pereira, recebeu informações de que a estrutura da Kona Bikes produzia choques elétricos. Que soube que a Neo Eventos mandou um funcionário verificar o problema. Disse que no dia da morte de Tiago não recebeu informação sobre choques no estande da Kona Bikes. Que prestou atendimento de socorro via empresa terceirizada. Atribui o acidente a um grave erro da Neo Eventos.

- LUCAS DOS SANTOS FERRAZ, AUXILIAR DE ELETRICISTA: disse que aprendeu a função de auxiliar de eletricista na prática. Na época do acidente de Tiago Pereira, era funcionário da Neo Eventos, empresa contratada pela Latin Sports para viabilizar a estrutura de estandes.  Admitiu que ele e o colega Jailson Bispo da Trindade ficaram responsáveis pela manutenção elétrica de duas tendas do evento (o que incluiu o estande da Kona Bikes). Ele alegou que não recebeu orientação de engenheiro para a montagem da rede elétrica. Que recebeu reclamações de choques e providenciou reparos com fita isolante e fez testes que deram negativo.

- JAILSON BISPO DA TRINDADE, ELETRICISTA: disse ser eletricista há 15 anos, mas não frequentou curso profissionalizante para a função. Admitiu não ter recebido orientação de engenheiro ou seguido plano para montar a rede elétrica da competição que Tiago Pereira participou. Também recebeu reclamações sobre choques no estande da Kona Bikes e providenciou reparos.

- NELSON FERNANDO DE MIRANDA ESTEVES, SÓCIO DA NEO EVENTOS: era o interlocutor da Neo Eventos com a Latin Sports. Garantiu ter mantido equipe de plantão no evento, mas não recebeu aviso de problemas durante as competições, com exceção do acidente fatal de Tiago Pereira. Afirmou que o eletricista e o auxiliar de eletricista eram funcionários de uma prestadora de serviços contratada pela Neo Eventos. Também ressaltou que serviços de manutenção não exigem a presença de arquiteto ou engenheiro responsável no local.

- FERNANDA ALVES DE SOUZA, ARQUITETA: alegou ter sido contratada para consultoria de projetos dos estandes e prestação de serviços durante o Ironman. Que assinou o Registro de Responsabilidade Técnica. Que discutiu a parte elétrica do projeto e recebeu informações de que a fonte de energia teria origem de vários pontos, ou seja, tratava-se de uma montagem de rede simples. Que verificou a conclusão dos trabalhos de montagem e não percebeu irregularidades nos estandes. Também não acompanhou a fiscalização  de órgãos públicos e não recebeu notificação de irregularidade. Esclareceu que existe limitação profissional em relação ao trabalho de arquiteto e que se tivesse tomado conhecimento dos choques elétricos solicitaria uma consultoria de engenheiro ou eletrotécnico.
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